xyz
2011
XYZ é uma instalação sonora-espacial-temporal que segue regras variáveis coletadas através de dados dos interatores: altura, peso e frequência cardíaca.
Esses dados são transformados em sonoridades sobrepostas. No espaço, percebemos a variação dessas 3 coordenadas; mensuráveis e audíveis. Os 3 parâmetros são: timbre, altura e pulsação. a pulsação da música é determinada pela frequência cardíaca, a tonalidade de cada fragmento é determinada pela altura do visitante e o timbre pelo peso.
Cada pessoa gera esses 3 dados, que serão a referência para criação de uma só sonoridade. Há um limite de 8 sobreposições de interatores (em um total de 8 caixas de som e um sub-woofer) que se somam em diferentes layers de sonoridades com duração de 30 seg a 1min cada; o oitavo faz a primeira sonoridade desaparecer e ser substituída, assim por diante. As coordenadas são captadas em tempo real em função dos dados obtidos dos visitantes na instalação.
Um momento que depende de nossa existência para acontecer - nosso corpo se transforma em referência, retransmissor de dados; corpos independentes uns dos outros interligados simultaneamente e sonoramente: ser um e vários.
"…é memória, mas não memória pessoal, exterior àquilo que ela retém, distinta de um passado cuja conservação ela garantiria; é uma memória interior à própria mudança, memória que prolonga o antes no depois e os impede de serem puros instantâneos que aparecem e desaparecem num presente que renasceria incessantemente. Uma melodia que ouvimos de olhos fechados, pensando apenas nela, está muito perto de coincidir com esse tempo que é a própria fluidez de nossa vida interior, mas ainda tem qualidades demais, determinação demais, e seria preciso começar por apagar a diferença entre os sons, e depois abolir as características distintas do próprio som, conservar ele apenas a continuação do que precede no que se segue e a transição ininterrupta, multiplicidade sem divisibilidade e sucessão sem separação, para encontrar por fim o tempo fundamental. Assim é a duração imediatamente percebida, sem a qual não teríamos nenhuma ideia do tempo."
Henri Bergson em A Natureza do Tempo
XYZ is a sonorous-spatial-temporal installation which follows variable regulations collected through the data of the interactors: height, weight and cardiac frequency.
These data are transformed in overlapping sonorities. In the space, we perceive the variation of these 3 coordinates; measurable and audible. The 3 parameters are: timbre, height and pulsation. The pulsation of the music is determined by cardiac frequency, the tonality of each fragment is determined by the height of the visitor and the timbre, by the weight.
Each person generates 3 data, which will be the reference to create a single sonority. There is a limit of 7 overlaps of interactors which join in different layers of sonorities with a duration of 30 seg to 1 minute, each sound in one speacher; the eight makes the first sonority disappear and be substituted, and so forth. The coordinates are captured in real time in function of the visitors of the installation.
One moment that depends on our existence to happen – our body is transformed into a reference, a retransmitter of data; bodies independent from one another linked simultaneously and sonorously: be one and many.
"…it is memory, but not personal memory, outside that which it retains, distinct from a past which conservation it will guarantee; it is a memory internal to change itself, a memory that prolongs the before in after and prevents them from being merely instants that appear and disappear in a present that will incessantly be reborn. A melody that we hear with closed eyes, thinking only of it, is very close to coincide with this time which is the very fluidity of our inner life, but still has too many qualities, too many determinations, and it will be necessary to begin by erasing the difference among the sounds, and then abolish the distinct characteristics of the sound itself, conserve it only the continuation of what preceded in what follows and the uninterrupted transition, multiplicity without divisibility and succession without separation, to finally find fundamental time. Thus is the immediate duration perceived, without which we will have no notion of time."
Henri Bergson in The Nature of Time